quarta-feira, 4 de abril de 2012


“Vou te contar algumas verdades sobre as pessoas. Sobre todas elas, incluindo eu e você. Em primeiro, e mais importante lugar, você deveria saber que as pessoas mentem. Em graus e proporções diferentes e por motivos totalmente distintos. Eu já menti, e você também, não negue. Ou vai dizer que nunca disse aos seus pais que iria dormir na casa de um amigo, enquanto, na verdade, estava em alguma festinha pelo mundo afora? Isso, é claro, no caso de você já ter deixado de pintar livrinhos de colorir e usar fraldas. O único problema das mentiras, é quando elas são usadas para machucar alguém, ou mais precisamente, para iludir alguém. Aí, meu amigo, o bicho pega. O coração de quem foi enganado dói como se estivesse tendo um infarto, e tudo deixa de fazer sentido por muito tempo. Outra coisa interessante de se saber é que a maioria das pessoas só nos procuram quando precisam de algo, e isso é um fato consumado. Quando possuir algum bem que contenha algum tipo de valor, prepare-se para ser a pessoa mais popular do colégio. No entanto, quando não tiver nada de bom para oferecer, não fique chateado por ser excluído e sofrer bullying. Como diria o Capitão Nascimento, o sistema é foda. Porque quando são os interesses pessoais de cada que entram na jogada, é cada um por si, e Deus por todos. Não é nada pessoal, apenas negócios. Porém, mesmo aparentando ser uma fortaleza, ninguém tem um coração de ferro. Ninguém, mesmo. Até mesmo Adolf Hitler, um dos maiores carrascos de todos os tempos (ou quem sabe, o maior de todos), responsável pela morte de sessenta milhões de pessoas, já passou pela experiência de apaixonar-se por alguém. E duas vezes! Em meados de 1930, seu coração foi roubado por uma sobrinha, que, no entanto, não sentia o mesmo por ele. Seu comportamento ciumento e possessivo levou a garota a suicidar-se em 1931, deixando-o inconsolável. Anos mais tarde, pouco antes de ser derrotado durante a II Guerra Mundial, Hitler casou-se com Eva Braun, a quem jurou lealdade eterna. Tanto que ambos cometaram suicídio juntos, em 1945. Ah, e antes que eu me esqueça de dizer, as pessoas são fúteis e mesquinhas. Todos nós somos, ou já fomos. Qualquer um já teve um comportamento infantil, seja lá por qual motivo. Não negue que já tentou fazer ciúmes em alguém, pelo puro prazer em saber que alguém está sofrendo por você. Eu já, e você também. É a nossa natureza. Gostamos de saber que as pessoas nos amam, nos querem bem, e não gostam quando alguém estranho está por perto. Outro comportamento bastante comum é o egoísmo. O mundo acabando lá fora, com pessoas morando nas ruas e com frio, e garotinhas trancadas no banheiro de casa se cortando com lâminas de barbear. Isso é futilidade ao extremo. No entanto, corremos um sério risco de nos apaixonarmos por alguém assim, já que não somos capazes de escolher quem amamos. Pode ser qualquer um, de qualquer lugar. Isso é perigoso, e doloroso. Moramos em um país enorme, e as chances de nos encantarmos por alguém que more a dezenas de quilômetros é gigantesca. Você talvez já tenha passado por esta experiência, ou se não passou, é porque não deu abertura para isso (sorte a sua, acredite). A verdade é que somos bobos. Com pessoas próximas dispostas a nos dar carinho e atenção, por que temos que amar justo as que estão tão distantes? Vontade de sofrer? Destino? Quem sabe. A única certeza que isso nos dá, é a de que as pessoas são idiotas. Em todos os aspectos. Eu sou, você é, seus amigos são. Todos. O mundo é idiota. Fazemos escolhas erradas o tempo todo, e corremos riscos desnecessários em nome de sabe-se lá o quê. Por que tem que ser assim? Só Deus sabe. Nosso comportamento é um mistério, e nosso coração é um enigma pulsante. A única certeza que temos é que, independente das escolhas, das mentiras contadas, das paixões não-correspondidas, do nível de futilidade, da dificuldade em amar quem realmente merece e do nível da idiotice, todas pessoas - todas elas, sem exceção - só estão em busca de algo chamado felicidade. E é esta busca incessante que move o mundo. É ela quem nos move.”

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