“Não, não precisa se preocupar comigo, não. Eu sei, não há muito tempo, eu chorava por sua causa, pelo que você fez comigo. Achava que nada mais poderia valer a pena, que eu jamais poderia ser concertada. Mas - tá me escutando?- eu vou ficar muito bem. Porque, afinal de contas, ninguém morre de dor. Sim, você me derrubou e por muito tempo eu fiquei ali, estirada no chão, sem conseguir forças para lutar. Mas - ta me vendo agora? - eu to aqui, viva, sorrindo, seguindo sempre em frente. Você não entende, não? Presta atenção. Você só me deixou mais forte. De tanto me derrubar, eu aprendi a levantar de cabeça erguida. Todas as vezes que você fingiu que me amava, eu fiquei melhor em decifrar mentiras. Todas as vezes que você quebrou suas promessas, eu descobri como confiar mais em mim. Todas as vezes que você me virou as costas, eu me aprimorei em ter pena de você sem mim. Todas as vezes que o seu orgulho falou mais alto, eu me obriguei a conseguir ficar sem o teu abraço. Todas as vezes que você me fez ciúmes por pura diversão, eu aprendi a não mostrar emoção alguma. E assim eu fui construindo minha armadura. E todas as vezes que você me trocou, eu entendi que todo mundo mente, que ninguém realmente se importa. Tá entendendo? Eu não sou mais aquela garota ingênua e fraca que precisava de você pra ser feliz. Não sou mais aquela que chora pelos cantos, lamenta todos os dias. Não esperava por isso? Pois é, eu superei. Não sou mais seu brinquedo, aquela menina que você sempre jogava fora. […] Porque toda vez que você me fez dormir chorando, eu achei um motivo pra sorrir na manhã seguinte. E foi assim que eu descobri que a vida é o que a gente quiser que ela seja.”
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