quarta-feira, 26 de setembro de 2012


“Eu olhei no fundo dos seus olhos e pude perceber que nunca, nunca mesmo, eu seria a mulher dos sonhos dele. Talvez, quem sabe, a menina que ele brinca durante os finais de semana, mas a mulher que ele dorme pensando, não, essa eu não seria. E sabe por que? Porque eu me entrego, porque eu ainda me sinto com 15 anos e preciso agir como se tivesse tal idade. Porque sim, eu vou ligar de 5 em 5 minutos e pedir atenção feito um bebezinho chorando no colo da mãe. Infelizmente eu nasci menina, e vou morrer menina, porque essa coisa de ser a mulher bem resolvida que conquista todos com o seu carisma, isso não sou eu. Eu sou a menina boba mesmo, aquela que todo mundo ri das piadas e que abraça de hora em hora só porque tem um abraço gostoso. Mas pra ser mulher, pra ser aquela que um dia vai te esperar em casa depois do trabalho, não né, pra essa eu não sirvo. E mesmo que eu servisse, mesmo que eu ficasse lá te esperando na porta da cozinha com uma panela na mão, eu ainda seria apenas a menina boba que segura a panela de macarrão. Mas eu queria avisar, que eu sou uma menina boba, sou mesmo, mas que merda, eu sou uma menina boba que sente demais, se entrega demais, e que tá cansada de ser tratada apenas como uma garotinha perdida nesse mundo gigante. Sou menina, mas juro, que lá no fundo, num lugar bem escondido, eu sou a mulher que chora quando as coisas nunca dão certo. Sou, sei lá, metade menina, metade mulher.

— Cibele Sena

0 comentários:

Postar um comentário

Template by:
Free Blog Templates