domingo, 5 de agosto de 2012


“Você acorda com algo ardendo aí dentro, mas ignora porque sabe que não pode fazer muita coisa pra mudar. Ignora e vai viver a vida. Escova os dentes normalmente, cumprimenta todo mundo como a pessoa mais normal do mundo e continua fazendo suas atividades cotidianas. Você chega a rir, algumas horas se diverte, muita coisa te distrai, e por mais que tenha mais uma decepção ou outra, você continua ali. Sorri pra todos, ajuda quem for preciso. Até conselhos você sabe dar pra curar a dor do outro. Sabe o que dizer pra auxiliar no caminho alheio. Você faz sua refeição diária, vai até a cidade caso necessário. E nenhum pedestre, habitante ou turista na rua desconfia da sua dor. Você volta pra casa normalmente, tecla com seus amigos, ouve músicas alegres e tudo parece bem. A grama do seu jardim chega a parecer tão verde quanto a do vizinho. Mas na calada de cada noite, no brilho mais forte de cada luar e na neblina mais profunda da madrugada, quem olhar pro seu jardim interior vai poder ver que, apesar de cada riso, distração e momento alegre durante os dias, você carrega uma dor maior do que seu olhar pode demonstrar.

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